domingo, 17 de janeiro de 2016

Alto mar - Parte 1

Gente que anuncia que volta e reaparece seis meses depois...

Lá nos idos de 2013 eu era uma mocinha responsável, trabalhadora, que contribuía com a economia do Brasil de segunda a segunda. Tudo mentira, a verdade é que eu estava num estágio de merda, ganhando uma mixaria e sendo piranha nos fins de semana. Enfim, lembrem que eu tinha um ganha-pão. E resolvi fazer alguma coisa com os trocadinhos que eu ganhava: viajar.

Pesquisando muito, resolvi fazer um cruzeiro. Sete dias, em fevereiro de 2014, rumo à Bahia.
Era a minha primeira viagem sozinha, então, não sabia muito o que esperar, exceto que queria dar muito. Meta, esta, que falhou miseravelmente. Mas eu digo o motivo.

Logo na primeira noite, perdida à caminho da boate, conheci o F. Ele conseguia ser ainda menor do que eu, quando olhei pra ele não me imaginei trepando nele, mas naquele momento a prioridade era achar a porra da boate.
* Entendam uma coisa sobre navios: você vai se perder. E muito. Quando começar a se achar, a viagem estará acabando.
Enfim, os dois perdidos, viramos amigos. Descobri que tinha 43 anos (mas não parecia), tinha um bom emprego e também estava sozinho. Super gente boa. Conversamos muito e logo de cara nos entendemos. Todos os dias nos encontrávamos na boate ou no bar da festa da noite.

No quarto dia, na festa do branco, ele resolveu desabafar:
- Tá foda, viu?
- O que?
- Não peguei ninguém.

Opa.

- Sério?
- Nada, só tem velho...
- Aqui também tá difícil, amigo...

E o papo evoluiu para além dos nossos problemas diários.
Só que eu falei demais,..

- Já foi em casa de swing?
Assim, na lata.

- Não. Tu já?
- Algumas vezes - Se você, querido leitor, ficou curioso, o arquivo se encontra ali do ladinho.

E lá fui eu falar da minha vida secreta. Os olhinhos até brilhavam, conforme eu dava os detalhes. I mean, detalhei mesmo, até a cor da calcinha.
Veja bem, era quarta-feira e eu ainda não tinha pego ninguém, claro que eu queria dar um jeito naquilo. Não era desespero, era questão de honra. Não paguei caro para ficar na seca, né???

Em algum ponto, ele teve a brilhante ideia:
- A gente podia se resolver, hein?

Nesse momento, ouvi um coro de aleluias.
Em cinco minutos estávamos eu e minha camisinha, comprada com tanto carinho, especialmente para aquela viagem, na cabine dele. Lembro o número até hoje, 9044 hahaha.
Mas a coisa ficou meio estranha. Ele beijava bem, até, mas a foda foi bem ruim. Pra falar a verdade, foi bem mecânico. Beijo-boquete-ficadequatro-cabô. Ele nem gozou. E, no fim, confessou que também não tinha sido bom para ele.
- Acho que você virou minha amiga mesmo. 

Minhas descrições são mais detalhadas, né?
Não é que eu tenha o perdido o costume. Foi isso mesmo. Se trepamos por 10 minutos, foi muito.
Ainda foi um pouco melhor do que a vez que ganhei uma belíssima mordida no grelo. Ficamos um tempo conversando, mas, como tinha que acordar cedo no outro dia, precisei ir.

Melhor que nada, né amiguinhos?
Ainda ficamos amigos pelo resto da viagem. Mas, depois, não nos falamos. Soube (pela foto do whatsapp) que ele arrumou uma namorada. Uma pena.

Mas essa foi ruim. A outra foi bem melhor. Se eu contar tudo de uma vez, perde a graça hahahaha.

See you next time!
Que bom estar de volta <3

Aline.